"Vou ficar em casa e dizer que vai passar": Marselha luta contra o acesso desigual à saúde

Combater as desigualdades no acesso à saúde : este é o objetivo da cidade de Marselha, que organiza "vilas da saúde" em bairros prioritários desde 2024. Na quinta-feira, 11 de setembro, e na sexta-feira, 12 de setembro, o programa foi instalado em La Belle de Mai, uma das áreas mais pobres da cidade de Foceia, bem perto da estação ferroviária de Saint-Charles.
Sob uma grande tenda branca, os moradores podem consultar médicos, enfermeiros e cuidadores gratuitamente para exames de saúde, exames, vacinas ou até mesmo aconselhamento sobre saúde mental e contracepção.
Para Marielle, que veio se vacinar contra a coqueluche, o programa é uma lufada de ar fresco: "Faz muito tempo que não vou ao médico... É difícil conseguir consulta, a espera é muito longa."
O mesmo vale para Douja, uma mãe que admite negligenciar a própria saúde: "Se minha filha está doente, eu a levo direto ao médico. Mas se for eu, fico em casa, dizendo a mim mesma que vai passar. Não somos uma prioridade."

No local, alguns também se beneficiam de um check-up oftalmológico. "Fomos ao oftalmologista para os nossos olhos", diz um participante, aliviado por poder ter acesso a esse acompanhamento sem uma consulta complicada.
Para François Jacquemin, médico responsável pelo posto de vacinação, o desafio é claro: "Essas vilas são uma oportunidade de se reconectar com a medicina. Há até um posto onde você pode encontrar um clínico geral e se reinserir no sistema de saúde."
Esta iniciativa é liderada pela Prefeitura de Marselha em colaboração com a ARS (Agência Regional de Seguro de Saúde), a CPAM (Caixa de Seguro de Saúde) e a Prefeitura para a Igualdade de Oportunidades. A primeira edição, em 2024, mobilizou quase 40 parceiros e permitiu que 375 moradores se inscrevessem em um programa de saúde. A próxima "vila da saúde" será realizada no 15º arrondissement, na próxima quinta e sexta-feira.
RMC